Sempre gostei de réveillon e de frequentar festas animadas na virada. Mas quando o Felipe nasceu, em novembro de 2011, constatei que teria que dar uma pausa na programação. Naquele ano, amamentando a cada três horas, a melhor coisa a fazer era subir a serra e ficar quieta em Araras, na casa dos meus sogros. Meu enteado João Carlos aproveitou pra dar uma festinha para 15 amigos e eu passei de consumidora a patrulhadora de ingestão de álcool por terceiros. Fui dormir cedo sentindo o peso da idade e das novas responsabilidades.

Desde então tenho repetido o esquema: subo para a serra. Sou carta fora do baralho? Não! Essa tem sido a opção que melhor funciona pra mim. Feliz e consciente. E não é por não ter quem cuide do meu filho na noite do dia 31, porque envelheci ou porque estou com a pilha fraca, mas por fazer uma avaliação do todo. O prazer desses dias de férias somados na serra representam muito mais do que um único dia de balada.

Fui descobrindo outros casais de amigos muito queridos que também fizeram essa opção de sair do bochicho e, com eles, combino vários programas ao longo dos dias. A maturidade nos ensina que, quando estamos com pessoas que adoramos, naturalmente entramos em festa.

Ontem teria sido a terceira virada de ano consecutiva na companhia dos amigos Roberta Bibas e Alex Lago, Mariana Nahoum e Sylvio Heck (elas comigo na foto, jantando todos juntos hoje no restaurante Lá Secretário). Nós iríamos juntos para uma festinha, mas caiu um pé d’água e a turma desanimou. Passamos, meu marido e eu, a meia-noite com os meus sogros, minha cunhada e o marido dela assistindo à queima de fogos pela TV.

Antes, comemos foie gras e abrimos uma garrafa de Dom Pérignon. Não resisti e tomei meia taça, apesar de tudo que escrevi aqui ontem sobre os perigos do consumo de álcool na gravidez. Fui dormir antes de uma da manhã, mas sem o peso que costumo carregar de me sentir obrigada a ter uma noite memorável para começar bem o ano. Ter filhos faz mudar nossos paradigmas.