Me despedindo de 90% do meu guarda-roupa

Hoje fui dar um confere num bazar da estilista Andrea Marques que está rolando na minha rua. Estava meio desanimada, pois comprar roupa sem ser de grávida para ficar guardada durante um ano não me parece uma atitude racional.

No meio daquela confusão de mulheres em polvorosa, fazendo striptease no meio do salão, já que não havia espaço suficiente na cabine de provas, avistei uma saia-lápis deslumbrante com estampa meio tigre, meio zebra. Me encantei com o modelito dos dias contados. Sim, dias contados, porque experimentei por baixo do vestido, disputando uma nesga de espelho, e ele já apertava no quadril e na cintura. Mesmo assim, não resisti; pensei em como é um clássico eterno e comprei. Se nos encontrarmos nos próximos dias, seja qual for a circunstância, tem grandes chances de eu estar usando essa saia (estreei hoje mesmo na palestra do Alex Atala no Zona Sul do Leblon como você pode ver na foto). Vou fazer valer cada centavo antes de nos despedirmos, já que só iremos nos reencontrar lá pelo fim de 2015.

Essa saia apenas simboliza o exercício do desapego em relação às nossas roupas preferidas. Algumas mulheres admiráveis, como a minha cunhada Luisa Saboia, que só engordou 12 kg na gravidez de gêmeos, só vivenciam essa perda no último trimestre, mas as de metabolismo menos favorecido e pouca força de vontade, como eu, percebem logo a barriga e o peito crescendo e os looks que a gente tanto ama vestindo cada vez pior, até não caberem de vez.

Você, mesmo assim, se recusa a comprar muita roupa de grávida, sai catando o que dá emprestado com as amigas e passa a usar e lavar, usar e lavar constantemente as mesmas peças. No fim da gravidez, não aguenta mais olhar pra elas e têm vontade de fazer uma fogueira e queimar tudo…

 

saia lápis