Reciclando do irmão mais velho

Tenho a sorte de poder contar com a casa da minha mãe como depósito. Ela mora num apartamento grande e me cedeu alguns armários. É pra lá que tenho enviado, periodicamente, nos últimos três anos, sacolas com roupas, brinquedos e acessórios do Felipe que serviriam para um segundo filho ou sobrinho. Dei muita coisa e guardei o que considerei em excelente estado, mesmo assim, não foi pouco. Hoje tomei coragem e fui lá buscar toda essa tralha. Tirei esta foto um minuto antes de entrar no elevador.

Meu marido e eu estamos com passagens compradas para fazer uma viagem à Califórnia logo após o Carnaval. Quero aproveitar a oportunidade para adquirir nos Estados Unidos o que estiver faltando do enxoval, mas prometi a ele que não vamos fazer dessas férias uma buying trip. Por isso é tão importante realizar uma lista do que já possuo (quando conseguir reunir forças para organizar cada sacola). Pretendo anotar tudo e fotografar as peças agrupadas por tamanho, pois assim não corro o risco de comprar nada repetido.

Tenho até vergonha de admitir que o Felipe teve muito mais roupa do que uma criança é capaz de usar durante o primeiro ano de vida. Também desconfio que o primeiro filho e primeiro neto (do meu lado) ganha mais presente do que o segundo. Além dos meus amigos, todos os grandes amigos dos avós nos prestigiaram. No Livro do Bebê listei os presentes e colei os cartões que recebemos, pois sabia que, com o tempo, poderíamos esquecer.

Aproveito para falar dos exageros que cometi e dos aprendizados em relação ao guarda-roupa de um neném. Quem pode me ajudar a completar essa lista?

•       Nenhuma mãe de primeira viagem resiste às roupas de adulto em miniatura. Mas, cá entre nós: você vai vestir um blazer ou uma jaqueta de couro, cinto ou mocassim ou até uma camisa social no dia a dia de um bebê que não sai da horizontal? Use o bom senso e, se for comprar, um ou dois looks para cada tamanho é mais do que suficiente para fazer graça.

  •      Passada a euforia dos mil primeiros retratos em sete dias de visitas, a mãe percebe que o conforto ganha da beleza. Passa a escolher a roupa com menos bordados, menos costuras, a malha mais gostosa… Nesse ponto, um macacão de algodão pima peruano básico vence qualquer camisa de pagão e conjunto de tricô.

    •       Nos EUA é comum encontrar macacões com zíper. Uma facilidade para a troca de fraldas, principalmente as da madrugada. Invista nesse modelo mais do que nos de botão.

    •       Esqueça comprar camiseta pra bebê. A blusa fica subindo e o neném fica de barriga de fora. O ideal são os bodies. Mas saiba que fica faltando uma parte de baixo. Para compor, recomendo short, calça ou um tapa-fralda. Na BB Básico encontrava os três modelos e um arco-íris de variedade.

    •       Não dei espaço para que nenhum presente fizesse a diferença. Antes de o Felipe nascer já tinha providenciado tudo que um bebê pudesse precisar nos primeiros meses de vida. Como se não fosse ter tempo de ir à esquina comprar o que estivesse faltando depois do nascimento. Se tivesse comprado menos, poderia ter guardado os presentes de amigos queridos, em vez de realizar tantas trocas.

    •       Ganhei de presente umas dez toalhas de banho daquele modelo de capuz. Pode ter sido coincidência, mas não compre muitas, espere ver o que ganha, até porque a partir de um ano de idade recomendo usar toalhas de tamanho normal que cubram todo o corpo do bebê. A loja Alfaias tem umas lindas com temas infantis.

    •       Como nos fins de semana frequentamos a casa da serra dos meus sogros, fui comprando muita coisa dobrada para não precisar viajar com o carro lotado. O que vale a pena ter em ambas as casas (isso serve também para a casa dos avós na cidade, se for muito frequentada) é o esterilizador de mamadeiras, um berço portátil, uma mamadeira de reserva, chupeta e um ou outro brinquedo trambolhento. O resto você carrega numa boa pra lá e pra cá, pois muito do que fica de standbye na segunda casa nem é usado no tempo certo. Remédios perdem a validade… e a grande revelação: não importa o quanto você reduza, nós, mulheres, percebemos o buraco do carro como espaço extra para enfiar mais malas.

    •       Para facilitar as nossas viagens, criei uma lista padrão do bebê com todos os itens indispensáveis, que iam desde meias até filtro solar. Seguindo a lista, não esqueço nada.

    •       Sapatos são lindos, mas dificilmente o seu bebê vai andar antes do primeiro ano. Compre poucos pares e o mais possível neutros. Invista nas meias lindas, umas até imitam tênis e sapatilha de balé. Quando ele for maiorzinho, os tênis de velcro com sola mais macia me parecem a melhor opção. Desde que o meu filho começou a engatinhar até hoje compro meias da Puket com sola emborrachada, pois são muito confortáveis e perfeitas para ficar em casa. Não sujam tanto e podem ser usadas por vários dias sem lavar. http://loja.puket.com.br/meias/para-meninos/meia-emborrachada/kit-meia-soq-pansocks-saquinho-010200385

    •       Tente definir previamente uma lista de compras e não caia em tentação. Os gadgets são demais, mas a maioria é totalmente supérflua. Achava que não poderia viver sem o aquecedor de lenço umedecido, o analisador de choro… quanto dinheiro jogado fora!

    •       Aceite de bom grado o que os amigos ou parentes te oferecerem e frequente brechós sem preconceito. Reciclar é preciso. Tive amigas generosas que me emprestaram cadeirinha de carro, bomba de leite, enviaram roupas que não cabiam mais nos seus filhos. A querida Fernanda Londres, por exemplo, disse que vai me emprestar um carrinho desta vez. Um daqueles grandes que a gente usa mais no começo, quando ainda não dá pra adotar o modelo guarda-chuva. Tô contando com você hein, amiga?

 

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