Coração na boca

Estou em Angra, na casa da minha amiga de infância Daniela Seve Duvivier, passando uns últimos dias de férias. A Daniela foi a minha primeira grande amiga a casar e ter filhos. Hoje o Rafael e o Pedro têm 10 e 8 anos, respectivamente. Assim que eu soube estar esperando um segundo rapaz, pensei muito nela e na dinâmica dos meninos que vi crescer.

Estou tendo palpitações desde que cheguei aqui, ontem. Só de saltos mortais do deck da casa presenciei uns 10. Eles correm molhados em volta da piscina com a segurança de terem garras nas solas dos pés. As brincadeiras dentro d’água passam a milímetros da borda. Isso sem falar nas piadinhas escatológicas, na rivalidade entre times (um é tricolor e o outro flamenguista), na cor verde do cabelo lindo do caçula, que voltou do barbeiro com essa ”novidade temporária” e na luta diária para fazê-los tomar banho. Já o mais velho se recusa a vestir qualquer outra roupa que não seja camisa de times de futebol.

É impossível querer controlar tanta energia e prever o próximo movimento. Só resta à mãe de qualquer menino entregar a Deus e pedir proteção ao Anjo da Guarda de cada um.

O outro lado da moeda é que é tão legal observar a paixão deles pela mãe… E o companheirismo entre irmãos. Juntos, jogam e brincam de quase tudo. Dormem no mesmo quarto e se revezam na cama dos pais quando um dos adultos viaja. Um implica com o outro, mas se unem imediatamente se a ameaça vem de fora. A Daniela me garante que ficou menos fresca e mais ativa. Pratica vários esportes para poder acompanhar os filhos. O diálogo é simples e objetivo. Tudo é mais prático, do vestir ao conversar.

Dani, apesar da distância de uma ponte aérea que nos separa, quero estar sempre por perto acompanhando esses meninos, que eu adoro, se transformarem em homens feitos.

 

duvivier