Há duas semanas fiz um ensaio fotográfico com a Carol Chediak, uma craque em capturar a emoção além da imagem. Marcamos num fim de tarde no estúdio localizado no Leblon, pois eu tinha de conciliar com a agenda do meu marido, que, por conta do trabalho, só poderia naquele horário. Esse talvez tenha sido o único equívoco da minha parte, pois o Felipe tinha acordado muito cedo, feito atividade física e só pôde colaborar dentro do seu limite de cansaço. Não querendo perder a oportunidade de fazer mais registros, prometi mundos e fundos, de batata frita a brinquedos pra conseguir uns cliques finais.
Mãe de dois filhos, Carol tem muito jogo de cintura e ajudou demais a prender a atenção do nosso menino. Meu conselho para quem for tirar fotos com crianças pequenas é, se possível, agendar no momento do dia em que elas normalmente estão mais bem dispostas.
Me aguardava no estúdio a maquiadora Arianna Costa, recomendada pela Carol para fazer uma bonita pele, um make leve e um cabelo com bossa. Adorei como ela foi rápida e eficiente. A produção levou apenas meia hora, tempo que a Carol usou para fazer uns registros do Felipe sozinho. Mas Arianna ficou de prontidão acompanhando tudo até o fim, com um olhar atento para o menor fio fora do lugar, um retoque no batom etc. Uma atenção especial que a gente não espera, mas aprecia demais.
Levei uma mala de mão de rodinha com várias opções de roupa pra nós três seguindo a orientação de cores e estilos que a Carol havia me passado. Selecionamos uns três ou quatro looks iniciais, que ela pendurou numa arara. Gostei das escolhas e me senti ainda mais segura com a sinceridade dela em dizer, ao clicar, o que funcionava bem, ou não, e sugerir a troca.
O ponto alto da sessão foram as fotos nua. Estava meio encabulada, tinha comprado até uma calcinha tapa-sexo, mas, aos poucos, fui me soltando diante da Carol, de sua assistente e da maquiadora. Queria muito fazer essa foto abraçada com o Felipe e outras poses mais ousadas que não vou poder compartilhar aqui…
O fato de estar me sentindo bem, menos inchada, motivou realizar o registro, mas queria enfatizar que mesmo na gravidez do Felipe, com muitos quilos a mais, também amei fazer um ensaio com a Anna Fischer. A oportunidade é única! Insisto em que nenhuma grávida deixe uma eventual baixa autoestima cortar esse barato. Um bom fotógrafo vai sempre encontrar seu melhor ângulo, jogar com luz e até retocar o que for preciso no Photoshop se esse for o seu desejo.
E quem não puder arcar com os custos para contratar um profissional, sugiro recorrer a um amigo ou parente talentoso. Escolher um dia de céu azul e uma bonita paisagem já são meio caminho andado.
Confiram algumas fotos e um depoimento que Carol (abraçada comigo na última foto) escreveu para o blog:
“Nossa! Eu não me via assim!”
“Agora tô me achando linda grávida!”
Já escutei essas frases algumas vezes dentro do estúdio, só de mostrar o resultado da foto no visor da minha câmera.
Fotos de grávidas estão na corda bamba para ficar com gosto duvidoso, por isso tomo alguns cuidados. Sugiro fazer as fotos no meu estúdio, e, antes de pensar num retrato perfeito (se é que ele existe em meio à enxurrada de cliques que vivemos), penso em desenhar aquele corpo com luz e trazer para cada gestante a imagem do milagre que está acontecendo na vida dela.
O controle de luzes e sombras, uma produção que não atrapalhe (eu ajudo na escolha), um make suave, que pode ser feito pela própria grávida ou no estúdio (sempre ofereço esse serviço), uma conversa para entender um pouco de sua personalidade, música, muita calma e respeito, são alguns dos ingredientes que fazem a sessão fluir de forma leve e divertida.
Os eventuais efeitos colaterais da gestação, como inchaço, manchas na pele, estrias, não são impedimento para fazer o trabalho. O Photoshop, sem exageros, é nosso amigo, e o resultado da experiência vai para muito além do corpo.
Como mãe de dois filhos, e apaixonada pelo universo da maternidade, não é raro me emocionar atrás da câmera, quando sinto que aquela mulher, ou aquela família, na minha frente, não estão apenas posando para uma foto. Estão sentindo a oportunidade de produzir um registro que será a primeira página da história de amor mais linda da vida deles.
É esse amor, e não a luz ou a qualidade da fotografia, que a futura mãe enxerga no visor da minha câmara. E, sim, isso é lindo.
