Cheguei! Pode parir ;-)))
Esse foi apenas um dos torpedos hilários que recebi da minha mãe nos últimos dias. Por conta de compromissos de trabalho, ela teve de ir terça para São Paulo e estava muito ansiosa com a possibilidade de o Lucas nascer de madrugada, quando não tem ponte aérea. Meus sogros também passaram pela mesma expectativa, com um agravante: estavam vindo de muito mais longe, de uma viagem à Europa e ao Vietnam que terminou no último domingo. Eu não estava preocupada nem ficaria tão chateada se eles não pudessem estar aqui no marco zero, talvez por ser segundo filho. Mas há, realmente, um momento que nenhum parente quer perder: a chegada ao berçário.
Só sei que hoje o Lucas não pode nascer de jeito nenhum. Passei o dia pedindo isso a ele. A montagem final do quarto dos irmãos começou esta tarde e só termina amanhã. Além disso, meu marido e meu sogro estão jantando com a turma da confraria que se reúne mensalmente para degustar vinhos específicos e hoje celebra o centésimo encontro da primeira geração. São noites de muita comilança e muita bebida de Baco, seguidas de manhãs de leve ressaca.
O meu dia foi tranquilo. Passei a manhã em casa e almocei com três amigas do grupo apelidado Moms & Friends no restaurante Irajá. Nós nos aproximamos por termos tido nossos primeiros filhos em intervalos de três meses. Espero formar outro novo grupo assim, de mães com filhos de idade próxima à do Lucas.
Fiquei muito contente de receber hoje as fotos de um segundo ensaio fotográfico que fiz, no último feriado, dessa vez com o veterano Rogerio Ehrlich. Para apresentar esse craque, não posso deixar de mostrar essas minhas fotos de infância, tiradas por ele.
Rogério Ehrlich começou a fotografar na década de 70 cenas de surfe, o que lhe deu experiência para clicar rápido sem perder o momento. Nos anos 80, criou e editou a revista Momentos, que falava dos cariocas, de suas festas, praias e eventos e era um ícone do Rio de Janeiro. Em suas páginas lançou várias modelos que hoje são atrizes conhecidas, como Adriana Esteves e Adriana Garambone. Trabalhou com jornalismo fotográfico abastecendo as colunas de Zózimo e Hildegard Angel, além de ter assinado uma coluna por seis anos na revista Interview, outro sucesso editorial. Foi o primeiro fotógrafo carioca a produzir registros de família em estúdio.
Afirmo sem sombra de dúvidas que Rogério é um dos maiores fotógrafos de família do Brasil. Especialista em books de gestantes, crianças e casais, é pioneiro num estilo único de direção de ensaios em que a preocupação não está no cenário nem na troca de roupas (pelo contrário, ele incentiva o uso de vestimentas brancas, pretas ou jeans). Gosta de revelar as imagens em preto e branco e busca essencialmente captar o melhor ângulo e fazer com que todo o grupo saia “bem na foto”. Não admite compartilhar cliques com pessoas olhando pro lado ou fora de foco. Percebam como ele conseguiu fazer com que o Felipe colaborasse como se fosse um modelo profissional.
Mas, para chegar a esse sucesso de registro, levei uns dois ou três esporros no set. Quem quer controlar tudo e todos como eu acaba esquecendo de si. Ele me pedia pra relaxar, sorrir e olhar pra câmera, deixando os outros membros da família por sua conta.
Explicou e provou por A+B que o mais difícil é fazer com que todos olhem pra lente, e se a mãe ou o pai ficam tentando chamar a atenção dos filhos, acabam conseguindo, sim, alguns momentos perfeitos da criança, mas eles próprios saem péssimos, de boca aberta, cabeça torta, olhando pro lado etc.
Os recursos para ganhar a confiança do Felipe começaram com pipoca fresquinha e depois evoluíram para muita palhaçada, careta e até um presentinho. Com a ajuda da maquiadora Lanna Jacomo, que me deixou com a pele e a maquiagem perfeitas, conseguiram que o meu pimpolho se soltasse como eu nunca tinha visto antes. O fato de ser cedo, um feriado, contribuiu para o bom humor e a disposição do pequeno.
Quis muito fazer esse ensaio, pois essas minhas fotos de infância sempre fizeram parte da minha memória afetiva. E também por sentir que faltava um registro que incluísse o meu querido enteado João Carlos, que mora em Petrópolis e infelizmente não pôde estar presente na primeira sessão.
Prometi voltar ao estúdio para uma nova sessão com os meus sogros Ana e João, os três filhos deles, Joaquim, Luisa e Antonio, e os seus seis netos, contando o Lucas, sendo todos eles homens. Estatisticamente, sabe quais as chances de nascer uma geração de seis rapazes em uma única família? Apenas 1,56%, garante o meu sogro, economista e professor emérito da UFRJ.