Por que fazer o RG e CPF do bebê

Quando o Felipe esteve internado na UTI notei que um bebê ao lado dele tinha preso ao bercinho uma carteira de identidade. Fiquei surpresa em saber que um ser tão recém nascido já pudesse ter mais do que uma certidão de nascimento. O pai então me contou que não apenas era possível tirar identidade, como CPF e passaporte. Fiquei constrangida em avançar nas perguntas, no por quê, mas depois interpretei que, entre outras motivações, ao ter um filho lutando pela vida, os documentos tem um peso, reforçam sua existência.

Refleti bastante sobre aquilo e deixando os simbolismos de lado, listei algumas das razões práticas para fazer o mesmo: poder andar com o documento na carteira; apresentá-lo em consultas médicas, trâmites em aeroportos ou rodovias; a certidão de nascimento com o tempo acaba se deteriorando. Então, quando o Felipe começou a dar os primeiros passeios resolvi ir com ele até o Detran da Gávea tirar sua cédula. A primeira via do documento, que pode ser emitida em qualquer idade, é gratuita. Colheram as impressões digitais e depois tiraram um retrato. Quando fui buscar a carteira percebi um detalhe fofo. No lugar da assinatura entra a frase “impossibilitado de assinar”.

No embalo, naquela mesa semana fui a uma agência dos Correios e tirei o CPF. Qualquer pai ou mãe pode fazer isso, basta apresentar seu próprio documento para provar o parentesco com a criança, a certidão de nascimento e pagar uma pequena taxa. Dei mole de não ter feito isso antes, porque se você levar o número de CPF ao tirar a identidade, o documento pode já sair com o número impresso. A identidade tem validade de 18 anos, porém o CPF é um documento para o resto da vida.

Uma outra vantagem de ter os documentos tão cedo é poder abrir uma conta corrente ou realizar uma aplicação financeira em nome do seu filho ou neto. Minha mãe deu esse presente para o Felipe, e vem realizando depósitos mensais e substituindo brinquedos nas datas festivas por brincadeiras. Achei ótima ideia e espero que a tradição seja mantida agora com o segundo neto a caminho…

Não me preocupei apenas com a identidade real. Também assegurei uma identidade digital para o meu filho. Já criei um e-mail, perfis no Facebook, Instagram e Twitter como forma de proteger seu nome. Quando crescer darei a ele liberdade para manter ou desativar essas mídias sociais ou quaisquer outras que forem surgindo.

 

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