Ontem estive com a arquiteta Alessandra Amaral na minha casa para definir como será o quarto dos meninos, já que o baby e o Felipe vão dormir juntos. Viajo na terça (dia 17) para os EUA, então queria trocar uma ideia antes de ir, para avaliar se vale a pena trazer alguma coisa de fora.

No meu antigo apartamento, quando bolamos o quarto do primogênito, pedi que fosse feita uma decoração durável, com cara de menino grande e não apenas de bebê. Alessandra foi muito pé no chão e me orientou na escolha de peças que poderão acompanhar o crescimento do Felipe sem que eu precise investir novamente num prazo curto. O berço virou minicama, o trocador, que uso até hoje, pode vir a ser mesa de cabeceira ou mesa de desenho, tudo muito funcional. A partir de uma linha de colcha, almofada e lençol comprados na Pottery Barn Kids com o tema esportes, desenvolvemos o conceito geral.

Quero manter tudo que tenho hoje e dar apenas uma repaginada. O berço que era do Felipe precisa ser laqueado novamente, então vou aproveitar para trocar a cor. Assim como a capa da poltrona, que já está detonada de tantas lavagens (recomendo fazer duas capas, pois quando o Felipe golfava e a capa precisava ser lavada, acabava ficando dois dias sem capa e eu sentando direto na almofada).

A única grande mudança vai ser na cama do Felipe, que vai virar um beliche baixo com escadinha. A Alessandra anotou diversas medidas e ficou de me apresentar um layout em 3D simulando tudo em seu lugar. Assim, já resolvo a necessidade de uma cama para amigo, eventualmente pra mim mesma, numa noite difícil em que eles precisem de companhia, ou para o próprio irmão quando ficar mais velho. Decidimos o esquema de cores (azul, vermelho, caqui e pistache) a partir da escala Pantone que ela trouxe.

Tenho certeza de que qualquer pessoa com entusiasmo e bom gosto pode decorar um quarto lindo sozinha, mas, se houver disponibilidade financeira, o resultado pode ser muito mais criativo e bem executado se acompanhado pelos serviços de um profissional da área de decoração.

Alerto apenas para que procure um decorador que já tenha elaborado projetos infantis ou que pelo menos já seja pai ou mãe, pois a experiência virá de casa. Um quarto infantil tem inúmeras questões a serem analisadas para proporcionar, além de segurança e funcionalidade, a praticidade de que toda mãe precisa.

Pedi a Alessandra que listasse para o Projeto Cegonha alguns pontos na decoração do quarto de seus filhos aos quais todos pais devem ficar atentos. Lá vai:

Iluminação

• No quarto de um bebê indico uma luz central, de preferência com dimmer, para ajustar a intensidade da luminosidade de acordo com a necessidade durante o dia/noite.
• Uma luzinha daquelas de tomada também cai bem. Sempre ajuda durante a noite. Mas atenção aos modelos (de preferência sem temas… rsrs)! E que a luz não seja muito forte.
• Quando pensar na posição dos móveis, lembrar sempre de NUNCA colocar o trocador embaixo de um foco de luz. O bebê sempre está olhando direto para o teto na hora da troca de fraldas e luzes tipo spot agridem os olhinhos dos pequenos.

Móveis e acessórios

• Procure sempre um mobiliário que tenha as quinas “quebradas” ou “sem quinas vivas” (termos que usamos para identificar o acabamento das quinas), para evitar ferimentos quando o bebê começar a explorar o quarto. Aliás, a casa toda! Entrando na fase dos primeiros passos, todo cuidado é pouco, sempre. Para as mães de primeira viagem, recomendo até que andem pela casa ajoelhadas, prestando atenção em todos os lugares que podem despertar a curiosidade dos pequenos (e olha que são muitos!).
• Quando analisei minha casa, troquei a mesa de centro da sala, que tinha um tampo de vidro, por um grande pufe, colocado capas de brim branco nos sofás, substituído vários puxadores por modelos mais arredondados, enfim, mudanças para as quais devemos estar atentas e desapegadas… Uma casa com criança sempre é uma casa com criança!

Cores

• O quarto do bebê nos primeiros dois anos é o lugar onde os pais mais estarão presentes. Escolha uma decoração de que vocês, MÃE e PAI, gostem. Cores que vocês, MÃE e PAI, curtam. Temas que ambos curtam. Uma mãe que não gosta muito de rosa não tem que fazer o quarto rosa só porque está chegando uma princesa.
• Aqui em casa tenho três meninas e sou uma dessas. O quarto delas nunca teve uma parede rosa, nem por isso deixou de ser feminino. Uma vez uma cliente me disse: “Amo azul, mas estou esperando uma menina, que pena…”. Então sugeri: “Vamos fazer uma decoração toda azul e branca usando florais!”. O quarto ficou todo azul, superfeminino, e faz sucesso até hoje.
• A tonalidade das cores também deve seguir o gosto dos pais. Se estamos diante de um casal moderno, não tem por que usar tom pastel no quarto dos pequenos. Com bom senso, definimos um móvel ou uma parede pequena ou uma luminária com uma cor de destaque e assim damos o charme no quarto, não é mesmo?

 

Segundo filho

• Sou super suspeita na questão de unir ou não os pequenos no mesmo quarto.
• Tenho um trio de meninas com idades entre sete e doze anos e todas dormem no mesmo quarto desde o nascimento até hoje! E se uma delas fosse menino, eu não teria mudado de ideia. Só pensaria nisso no momento da adolescência.
• Não se preocupe se, por falta de espaço ou por decisão mesmo, colocar seus pequenos no mesmo quarto, sejam eles do mesmo sexo ou não.
• Lógico que quando o segundo filho é do mesmo sexo as coisas parecem mais fáceis, às vezes até com mínimas mudanças o quarto ganha outra cara. Mas, se sua situação for a de sexos opostos, pense em primeiro lugar que o primogênito, de certa forma, tem a “preferência”. Dê a opção a ele de escolha tanto dos itens da parte dele quanto da parte do pequeno que vai chegar. Principalmente se a diferença de idade for grande.
• O importante é você definir bem os espaços de cada um utilizando recursos como cores, estampas, divisões e mobiliários específicos.

 

Curtiu as dicas? Aproveito para compartilhar os contatos da minha personal decorator:

Alessandra Amaral

www.ateliealessandraamaral.com.br

tel. (21) 2579-3888 / 99216-1210