Queria agradecer pelos comentários sobre o post de ontem, que tanto enriquecem este blog e apontam alternativas. E me dão coragem para seguir em frente, valorizando a honestidade dos meus relatos. Eles formaram um pot-pourri perfeito de possibilidades sobre como em cada lar a amamentação e outras coisas acontecem de formas diferentes.
Comecei este blog com a ingenuidade de quem escreve um diário. Sem pretensões de redigir “regras” da maternidade perfeita nem de ter respostas para todas as aflições de uma gestante. Pesquiso um pouco para não falar muita besteira, cometo erros de julgamento, todavia é importante ressaltar que a maior parte dos meus textos é apenas fruto das minhas vivências e aprendizados – um relato verdadeiro que não encontrei em livros que busquei durante a primeira gravidez.
Queria deixar claro o quanto aprecio os comentários positivos e negativos, as divergências de opiniões e as críticas postadas aqui. Por favor, não se sintam mal de ir contra as minhas “teorias”. Vamos concordar que podemos discordar? Afinal, sou dona apenas da minha verdade e sei que não devo generalizar para não ofender quem tanto quero conquistar.
Sobre a minha experiência com a amamentação, o conselho que gostaria de dar é não deixar a vaidade de lado. E como tão bem disse a Roberta Pennafort: “se arrumar/fazer unha/sair à noite/trabalhar, nada disso é incompatível com a amamentação! É possível manter o romance, a vida social e profissional, tudo isso, sem tirar o bebê do peito. Basta planejamento e disposição. Lembrando que o recomendado é amamentar pelo menos dois anos. Ninguém está dizendo que quem não o faz é mãe inferior ou que o filho é infeliz. Cada um escolhe seu jeito. Mas acho temerário contrapor as atividades, como se fossem excludentes”.
Tive disposição para amamentar, mas não para cuidar do resto, para reservar mais tempo pra mim. Quando o Felipe tinha apenas três meses de vida, comecei um trabalho novo, que conseguia administrar de casa e indo à reuniões, o que foi muito importante pra mim profissional e financeiramente, no entanto me deixou ainda menos focada no casamento.
Não queria deixar vocês com a impressão de que o Joaquim foi um vilão ou que me colocou no paredão. Em nenhum momento ele me pediu que parasse de amamentar. Ele se afastou porque não conseguiu lidar bem com tudo aquilo, porém existia muito amor e respeito entre nós. Fiz isso porque eu não quis pagar pra ver o que poderia acontecer como consequência desse distanciamento, por mim, por nós, e não me arrependo. Tenho admiração pelos homens que enxergam a beleza desse momento e certa inveja dessas mulheres que tiveram companheiros tão perfeitos.
Vale explicar que a necessidade de secar o leite para viajar tinha uma questão prática. Se não o fizesse, teria que, durante a viagem, tirar o leite com bomba várias vezes por dia, sob o risco de ter uma mastite. Não me imaginava fazendo isso na cabine de um avião nem num posto de beira de estrada.
Com o novo baby gostaria de dar a mesma atenção de peito exclusiva por seis meses e depois preservar um peitinho noturno ou matinal por mais tempo. Por outro lado, terei de administrar o ciúme do irmãozinho, o Felipe. Quanto ao marido, estamos mais fortalecidos enquanto casal e eu mais escaldada em relação aos pequenos cuidados que devo ter para não atrapalhar o romance.
Mas uma coisa que me aflige um pouco e gostaria muito de saber como as mulheres que amamentam por dois anos ou mais conciliam são as crianças grandes querendo mamar na rua a seu bel-prazer. Do tipo que cutucam a mãe numa roda entre amigas e partem pra abrir ou levantar a sua camisa. Algumas mulheres que conheço conseguem lidar com uma naturalidade invejável. Poderiam me explicar como funciona ou se deu a amamentação de vocês na fase em que o bebê passou a ter mais autonomia?