Feliz Natal

Fui convidada pela editora Senac Rio para escrever uma crônica sobre o Natal para a revista da Livraria da Travessa. Achei que compartilhar o texto com vocês hoje seria uma boa maneira de desejar Feliz Natal. As fotos anexas de diversos autores e suas famílias estão penduradas na vitrine das lojas. A minha tem direito a companhia do Papai Noel!

Eu acredito em Papai Noel. E vou morrer acreditando. Quando tinha 6 anos, uma amiga tentou me convencer de que ele não existia e propôs que eu ficasse escondida na sala da casa dela na noite de Natal para conferir se os presentes eram colocados na árvore pela minha mãe. Mesmo contrariada, concordei que seria um bom plano para tirar essa história a limpo. Entretanto a logística era impossível. Continuamos elaborando esse projeto nos anos seguintes, mas não sei precisar quando matamos a charada. Isso tampouco importa. A lembrança dessa esperança, da alegria que essa noite representava todos os anos, sempre foi mais importante que qualquer revelação.

Minha mãe sempre foi mestre em alimentar minha fantasia e de meus irmãos com produções musicais, sacos deixados misteriosamente no hall e neve de mentirinha na sala. Até o gorro do Papai Noel já encontramos preso à cortina. Já meu pai fazia nossa adrenalina vir à flor da pele quando gritava que tinha visto um raio no céu, nos fazendo percorrer todas as janelas em busca de um vestígio de renas e trenó. Eles também montavam presépio, nos levavam à missa no dia 24 de dezembro e falavam sobre Jesus Cristo.

Para preservar todos esses momentos felizes, sigo acreditando em Papai Noel e no que o Natal representa. No poder que essa data tem de unir as famílias. Na capacidade de refletir e agradecer pelas graças alcançadas durante o ano. Na generosidade que aflora em cada um de nós. Com o nascimento de meu filho, Felipe, a data ganhou nova dimensão. Resgatei a magia. Pelos olhos dele, voltei a ser um pouco criança.

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