Filme do chá de fraldas

Não dá pra dizer que as mensagens recebidas ontem me trouxeram conforto no sentido literal da palavra, mas vi chegar aqui um enorme carinho e a torcida pela minha recuperação. E o melhor: percebi que não estou sozinha. Não senti a vergonha que imaginava como consequência do desabafo. Pelo contrário, ele me fortaleceu e me deu mais segurança de quem sou, onde estou e pra onde vou, kkk. Graças aos diversos depoimentos dos leitores.

“Acho que fez bem relatar para tirar o estigma da doença!”, disse Renata Russo Girolli. “Acho importante e corajoso alertar a todos sobre isso”, afirmou Anna Luiza Pereira de Sousa. “Eu tb já tive, mas não estava grávida. Interessante é que saí do consultório morrendo de vergonha, exatamente pelo preconceito de achar que isso é doença que só dá em gente ‘porca’. Parabéns pela coragem de se expor e quebrar preconceitos”, dividiu Cristiane Lima. “Que bom que vc decidiu relatar. Tira o estigma da doença, que pode, como vc mesma esclareceu, vitimizar pessoas em geral”, acrescentou Angela Tostes.

Queria deixar um beijo especial para a Maite Tosta, que contou que pegou sarna na maternidade, quando teve seu primeiro filho. Pôde usar a loção medicinal, mas justo nesses primeiros dias não pôde segurar seu bebê pele com pele. Tinha que enrolar um lençol nos braços para pegá-lo e, como consequência, não conseguiu estabelecer a amamentação. E também a Evelyn Rocha Barreto, que viveu dias terríveis e lutou contra a escabiose da 36ª semana até sua bebê completar um mês.

A noite passada foi um pesadelo. Acordei por volta de uma da manhã com o corpo todo coçando. Entrei num banho frio, me esfreguei dos pés à cabeça com uma escovinha daquelas de limpar embaixo de unha. A pasta d’água com enxofre também parece uma graxa que não sai facilmente do corpo, além de me deixar parecendo o fantasminha Pluft. Preferia mil vezes a ardência à coceira, então tratei de esfregar até doer. Me senti melhor e consegui voltar a dormir. O problema é que como tenho levantado praticamente a cada duas horas pra fazer pipi, nessas acordadas a mão encontra sempre um foco de agonia e a coceira generalizada recomeça.

Tinha feito uns exames de sangue na quarta e aproveitei para juntar o pedido da nova obstetra ao da antiga, pois havia algumas coisas diferentes. Só ontem à noite, ao pegar o resultado pela internet, verifiquei que tinha feito o hepatograma a pedido da médica anterior. Ela deve ter incluído por conta de umas altas taxas de transaminase que apresentei no início da gravidez. Foi bom pra eu não ter que fazer outra coleta hoje e já poder descartar a hipótese de colestase, que afeta o fígado de mulheres grávidas. “A baixa imunidade contribui muito para a escabiose”, explicaram Aline Gonella e Roberta Lima.

Descarto, pelos sintomas apresentados, a possibilidade de prurido essencial da gravidez, dermografismo, falta de hidratação, exantema súbito, zica transmitida pelo mosquito da dengue, fundo nervoso e alergia a lactose, como também alertaram outras leitoras, até porque reduzi muito o consumo o leite desde que descobri a diabetes gestacional. Aliás, quem me dera cair dentro de um bolo com calda de chocolate para aplacar a ansiedade. Pelo sim, pelo não, acho que vale seguir outro conselho, da Clarissa Frossard: “Banho de arruda, pois suas defesas espirituais devem estar baixas”.

Um conselho de Katia Maia Cordeiro de Mello que serve pra todo mundo: “Precaução de lavar qualquer roupa comprada nova. Principalmente roupas íntimas”. Minha mãe também me disse que quando se hospeda num hotel onde o edredom não tem capa, ela sempre pede à camareira mais um lençol e faz um sanduíche encapsulando esse cobertor, caso seja realmente necessário utilizá-lo. “Pensamos que isso nunca poderia acontecer conosco”, disse Maria Lucia Soares Bueno, e é a mais pura verdade.

Mas vamos deixar esse tormento de lado e falar de uma coisa muito boa. Recebi da Feel Produtora o link do shortmovie feito no chá de fraldas do Lucas. Infelizmente, eles não puderam incluir todos os maravilhosos depoimentos que recebemos no dia, mas ficou um registro bacana do quanto o blog é querido e relevante. Agradecimento muito grande à equipe da Feel (Luiz Octavio Carpenter, Marcio Oliveira, Flavio Tomé, João Milesi e Rodrigo Dória) e à amiga e parceira Sylvia Orenstein Tourinho, que conduziu maravilhosamente bem as entrevistas. Tomara que esse vídeo me ajude na prospecção de patrocínio e anúncios para o livro que já comecei a formatar com a Réptil Editora, reunindo os melhores depoimentos do blog…

Confiram o link:

https://vimeo.com/128788742