Etiqueta na Maternidade II

Savoir faire é para poucos! Confirmei isso pela repercussão do post de ontem sobre código de conduta em visitas ao bebê na maternidade e em casa. As sugestões de acréscimo foram tão boas que resolvi dedicar um segundo post ao tema, compilando as melhores dicas. Às colaboradoras: condensei as que eram repetidas e dei uma personalizada em algumas sugestões.

  • Um absurdo fazer visitas claramente gripado. Qualquer sinal de princípio de resfriado já é razão para ficar longe.
  • Não é obrigação de ninguém, mas é um cuidado que acho de bom-tom levar um presentinho para o irmão(s) mais velho(s), se for criança. É um momento delicado para ele(s) também. Um mimo sempre ajuda nessas horas a atenuar o ciúme do bebê, novo centro das atenções.
  • Jamais chegar na casa da mãe para visita sem avisar. Isso é tão ruim quanto marcar e não ir. A mãe dá um jeito de tomar banho e colocar uma roupa aceitável (só quem é mãe de RN sabe como isso é difícil) e a pessoa não vai? Já teve dias em que arrumei o quarto do bebê todo, até troquei o lençol do berço, guardei as bagunças da sala e as visitas deram cano e nem avisaram.
  • Usar uma roupa confortável que não tenha nenhum tipo de bordado ou gliter na visita, pois se for pegar o bebê no colo, corre o risco de machucá-lo.
  • O item flores é importante que nem passe por perto, pois o pólen pode causar algumas complicações respiratórias nos recém-nascidos.
  • Presentes como chocolate, frutas e biscoitos não fazem sentido. A mãe tem que seguir uma dieta especial nos primeiros dias, não pode comer nada daquilo e o quarto fica igual a uma quitanda.
  • Nunca, em hipótese alguma, alguém deve fazer uma visita à maternidade com “cheiros fortes”, banho de perfume ou odor de cigarro. Isso é insuportavelmente horrível.
  • A visita em geral é “pró-forma”, deve ser feita por quem é, no mínimo, íntimo, ou um pouco íntimo, da mãe e/ou do pai. Se não é, não visite… Mande uma bela mensagem por whatsApp, e-mail, Facebook. Ou até envie uma lembrança, o que pode ser muito delicado, já que faz questão de transmitir as felicitações.
  • Sugiro que acabem com essa camisola de maternidade. Ninguém recebe visitas de camisola em casa. Então, por que receberia na maternidade? Recomendo uma roupa de malha fria. Fica confortável e você não precisa ter medo de subir e descer da cama nem do lençol e de não estar cobrindo as pernas.
  • Não usar o banheiro do quarto da mãe no hospital.
  • Sobre a visita no hospital, não custa perguntar ao familiar que atender o telefone do quarto como foi a noite da mãe. Se ela ou o bebê não se sentiram bem, cancele imediatamente a sua visita.
  • Nada de pedir para segurar o bebê. Espere a mãe oferecer e esqueça o assunto se ela não o fizer.
  • Não ligar 30 vezes por dia pra saber se está tudo bem.
  • Nem pensar em beijar o bebê ou chegar com o seu rosto muito próximo do dele.
  • O quarto cheio de gente impede a formação de um bom vínculo inicial com o bebê, o que faz acelerar a vinda do leite nas cesareanas. Optar pela suíte pode ser um adianto. Ou não, pois quanto menor o quarto, menos gente cabe e mais rápido as visitas vão embora. A mãe decide.
  • Não dê conselhos. A parturiente ouviu o que precisa do médico e da própria mãe.
  • Perguntar antes á mãe se pode fotografar o bebê ou ela própria em vez de ir sacando o celular e ir clicando tudo. Menos ainda postar nas mídias sociais sem permissão.
  • Não foque somente o bebê. Pergunte à nova mamãe se ELA precisa de alguma coisa e como ela está se sentindo.
  • Se a mãe ainda estiver se adaptando à nova rotina e pedir aos amigos que esperem a poeira baixar para fazer a visita, entenda. Não insista nem fique ofendido.
  • Quando receber a visita em casa, mantenha sempre à mão uma mantinha ou fralda de pano, que deve ser colocada no ombro de quem for segurar. As pessoas chegam da rua com a roupa cheia de poeira, seguram a criança e pá… ela começa a chupar o ombro.
  • O ideal seria mesmo que cada mãe fizesse suas regras e as comunicasse no momento do anúncio do nascimento. Por exemplo, ao telefonar para avisar aos amigos, acrescentar se prefere que as visitas sejam feitas na maternidade ou em casa e, nesse caso, quando essas visitas poderiam ocorrer.

Agora vamos aos depoimentos das mães que não gostaram de receber visitas na maternidade:

  • Não quis visitas na maternidade porque, além de exausta e com uma cara péssima, no tempo de sobra eu queria dormir. Recebi todo mundo em casa, depois de mais adaptada à nova situação.
  • Odiei as visitas na maternidade. Minha filha nasceu na véspera de um feriado, recebi muita, muita visita. Foi horrível. Eu, toda dolorida, com uma cara péssima, e meu quarto parecendo uma festa. Não gostei e não faço visitas na maternidade. Na minha opinião, as visitas só devem ocorrer em casa quando a mãe assim decide e comunica aos amigos que elas estão liberadas.
  • No meu primeiro filho, meu ex-marido chamou TODO mundo pra ir à maternidade! Foi horrível! Dormia com gente no quarto, acordava com gente no quarto. Desde então passei a visitar a mãe e o bebê em casa!
  • Na boa, acho que nem telefono para ninguém, vou lá, tenho meu filho, e dias depois o povo fica sabendo… Minha mãe fez similar, os parentes só souberam do meu nascimento quase um mês depois…
  • Recebi algumas pessoas no hospital. Te confesso que preferi receber em casa, depois de um mês. Assim, conversava melhor com cada pessoa. No hospital acho confuso. Prefiro apenas os mais íntimos nesse momento.
  • Esperem o neném completar três meses. Assim, o sistema imunológico dele já está mais fortalecido. Com o meu, que passou dois meses na UTI, pois nasceu prematuro, procurei ter o cuidado de evitar esse contato de início. Outra coisa importante: que a visita seja expressa, a não ser que a pessoa se ofereça para auxiliar a mãe em alguma providência. Senão, acaba sendo muito cansativo para a mamãe.
  • Não concordo com visitas nem na maternidade nem em casa antes do primeiro mês. Com exceção dos familiares. Quem é amigo de verdade sabe respeitar esse momento! Meu filho nasceu entre abril e julho, que é a época de circulação da maioria dos vírus de transmissão respiratória.
  • Exageros à parte, certa vez uma colega me disse que a melhor data para visitar mãe e bebê seria no aniversário de um ano! O melhor presente que se pode dar na hora do nascimento é sossego.

Acima de tudo, não vamos esquecer o bom senso para aplicar todas as sugestões acima.

 

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