Quando eu tinha aproximadamente 10 anos de idade, minha babá, Estela, me apresentou uma revistinha em quadrinhos da Branca de Neve e os sete anões em versão sacanagem. Um anão mais bem dotado que o outro fazendo a alegria da Branca… Depois pedi para ver outras e a pervertida me mostrou umas revistas com fotografias. Ao mesmo tempo, fez jogo psicológico, dizendo que ia perder o emprego se eu contasse para os meus pais ou qualquer pessoa.
Eu já tinha fofocado com amigas na escola sobre sexo, mas aquela era a primeira vez que via como acontecia, de fato, uma relação sexual. Não sei se teria sido melhor receber a explicação pelos meus pais – acho que teria morrido de vergonha –, mas certamente não cabia a uma babá fazer esse papel. O que ficou pra mim de aprendizado: conte logo para os seus filhos antes que alguém o faça de forma torta.
Hoje recebi o vídeo abaixo e me lembrei dessa história. Aproveito o gancho para contar como está sendo falar para o Felipe do alto dos seus três aninhos sobre a chegada do irmão. Apesar de ter escolhido o nome lúdico de Projeto Cegonha para este blog, não considero usar o bicho como personagem real, até porque no Brasil não existe cegonha.
Sem ter elaborado nada, o Felipe me ajudou tirando suas próprias conclusões de que o irmão vai sair pelo buraquinho do meu umbigo. Acho que é uma adaptação da realidade, e adequada para a idade dele. Considero importante não “viajar” demais para que a criança não se sinta enganada pelos pais quando descobrir a verdade, no futuro. Também expliquei o conceito de cordão umbilical, uma “corda” que ligava a minha barriga à dele e que foi cortada pelo papai no dia do nascimento. Mostrei fotos para que ele entendesse melhor e ele adorou essa conexão. Volta e meia traz o assunto à tona, apontando para o meu umbigo e o dele e falando que ali tinha uma corda.
Quem já teve de encarar esse papo com os filhos poderia me contar como foi? Algo que funcionou ou que deu errado na sua história?