A primeira coisa que eu tenho pra dizer hoje é agradecer ao meu anjo da guarda. Fui deixar o Felipe na parte da manhã na casa da minha mãe para ele brincar um pouco e aproveitei pra fazer umas compras na feira ao lado. Teria de atravessar três pistas. Na última, olhei pro lado errado da rua antes de ir em frente. A pista estava vazia, porém, de repente, escuto atrás de mim uma buzina forte e uma bela freada. O carro vinha da outra direção e estava quase em cima de mim. Dei um salto pra trás e meu coração veio na boca… Além da falta de memória, essas desatenções estão cada vez mais frequentes… Obrigada pela proteção, Senhor!
Quero dedicar o post do dia a meus padrinhos Aniela Jordan e Roberto Leite Barbosa, que são muito especiais e presentes. Sou grata a meus pais pela escolha que fizeram e tenho consciência de como é grande a responsabilidade de fazer o mesmo pelos meus filhos.
Antes de mais nada, vale lembrar que, segundo a Igreja católica, o batismo é a porta de acesso à religião, e os padrinhos devem ser responsáveis pela garantia da educação cristã do afilhado. A escolha não deveria se basear apenas na afeição, mas também na devoção e na relação com a fé e a Igreja.
Acontece que, na prática, nesta sociedade, ser padrinho de alguém tem uma conotação que vai muito além da Igreja. Procuramos escolher pessoas próximas que desenvolvam uma conexão especial com nossos filhos e, principalmente, que possam assumir um papel crucial na vida deles no caso da nossa ausência precoce. Sou católica não praticante, mas acredito no Sacramento e batizei o Felipe. No entanto, escolhemos um padrinho devotamente católico e uma madrinha judia! Outro dia eu conto como se deu esse arranjo…
Hoje, o mais importante é dividir com vocês que ontem fui jantar na casa dessa minha comadre com um grupo de amigas queridas. Entre as convidadas, estava a escolhida para ser a madrinha do Lucas. Então, aproveitei a ocasião para formalizar o convite. Não o fiz na frente de todo mundo, pois queria que ela ficasse à vontade para aceitar ou não (seria uma decepção se ela não aceitasse, mas é importante estarmos sempre preparados). Ela está grávida como eu, com uma semana de diferença para menos, o que pesou na decisão, pois seria muito bacana viver também esse momento juntas, já que somos amigas de infância e próximas desde sempre. Estou torcendo para que nossos filhos já nasçam colegas de berçário!
Frequentávamos o mesmo clube desde pequenas, até que um dia nos matriculamos lá mesmo numa aula de teatro. A partir dali nossos papéis foram definidos no palco e fora dele: interpretamos duas irmãs! Não era exatamente a escolha ideal, afinal de contas, éramos as filhas invejosas da madrasta da Cinderela. O importante é que o laço foi formado.
Perdi a conta de quantos bolos de parabéns uma segurou pra outra assoprar. Juntas subimos o pico mais alto da Serra dos Órgãos e sofremos as consequências no dia seguinte; tietamos a Claudia Schiffer; trabalhamos no backstage dos desfiles de moda praia da Lenny; frequentamos karaokês e a pista de boliche do Barra Shopping; viajamos para Trancoso; pegamos sol demais no verão de 2000; nos aventuramos na cozinha; produzimos fantasias ridículas e ousadas para as mais variadas festas; demos caronas antológicas uma pra outra; cantamos muito na estrada pra serra; nos consolamos em términos de namoros; passamos a acreditar em telepatia, pois nossa sintonia é tão grande que uma é capaz de adivinhar o que a outra está pensando apenas pela troca de olhares; em 2006, quando lancei a primeira edição da Agenda Carioca, convidei-a para escrever o prefácio; em 2009, quando me casei, lá estava ela no altar, fazendo um discurso emocionante e alegre para os nossos convidados.
Comemoramos juntas o resultado dela para o vestibular para Jornalismo, o primeiro emprego na emissora de rádio CBN, o convite para ir trabalhar na TV Globo, onde, ao longo dos anos, se tornou uma profissional respeitada e adorada pelos telespectadores. Mariana Gross pra você, todo o meu carinho e admiração. Cuide bem do Lucas… E sinto informar que hoje o furo de reportagem foi meu!