Acabei de sair do consultório da dra. Isabella Tartari Proença, minha obstetra. Fizemos o exame de toque e estou com dois centímetros de dilatação. A cabeça do Lucas já está encaixada, mas o colo ainda está posterior, e ele precisa centralizar para o bebê descer. De todo modo, a hora está próxima.
O Joaquim foi junto à consulta para que eles se conhecessem e rapidamente formaram um complô: ambos querem que a Perinatal seja o plano A. E me interditaram de continuar dirigindo, quando relatei que hoje peguei o carro sozinha e fui ao RioSul e depois à Tok Stok do Casa & Gourmet, para resolver umas últimas pendências.
Fiz questão de subir na balança para o que provavelmente será a última pesagem: 69,4kg, o mesmo peso que mantenho desde março. Amanhã cedo terei consulta com a endocrinologista Mirella Hansen para receber novas orientações. Vejam que bacana a mensagem que ela me mandou alguns dias atrás, por e-mail, retornando a análise da minha planilha de controle glicêmico: “Sei que agora está mais difícil do que nunca manter a dieta e entendo perfeitamente suas escapulidas, mas o importante é que não pode abusar e acho que você tem isso bem claro, pois as medidas da glicose mostram isso. É meu dever sempre tentar te manter da forma mais rigorosa possível, mas estou muito satisfeita com o resultado”.
Seja como for, pretendo ser uma menina muito desobediente assim que o Lucas sair da minha barriga e me atracar com alguma guloseima muito boa. Dizem que o diabetes gestacional costuma ir embora após a gravidez, mas preciso descobrir quando, se acontece com todas as grávidas ou não, se vou poder parar de furar os meus dedos seis vezes por dia e qual a dieta a seguir a partir daí.
Uma curiosidade que tive nesta gravidez, em grande parte motivada pela ideia de compartilhar novas experiências no blog, foi de conhecer a equipe médica que fará o meu parto. Estou achando a experiência muito válida e recomendo fortemente que toda gestante tenha disponibilidade interna para fazer o mesmo, quando possível.
Ter mais de um rosto conhecido na sala de parto pode ser tranquilizador. Considere também que, se acontecer algum imprevisto com o seu obstetra, ele não será seu único ponto de referência.
Há cerca de um mês e meio me reuni com o anestesista, o Bazzanella, com quem tomei um café no Café Sorelle e pude conversar longamente sobre minha expectativa para este parto. Ele tinha realizado o parto do Felipe, mas, obviamente, não registrei o nome dele até buscar esse encontro.
O Bazanella trabalha com vários obstetras renomados e minha empatia foi instantânea. Ele me “ganhou” ao ouvir minha teoria sobre o parto do Felipe e admitir que pode, sim, ter me dado uma dose forte demais de anestésico na época. A avaliação da dose a ser dada reflete muito o estado da paciente. Ele, provavelmente, chegou e me encontrou muito nervosa (Joaquim garante que eu estava histérica), com o trabalho de parto avançado, e precisava agir rápido para aliviar o meu sofrimento.
Ao contrário do que eu acreditava e saía dizendo por aí, ou seja, que a dose de anestesia tinha sido demais e que acabou com as contrações, aprendi com a nossa conversa que a anestesia não interrompe as contrações, apenas inibe a minha participação, diminuindo a capacidade de ajudar no processo de expulsão do bebê.
Deixamos combinado, até segunda ordem, que será aplicada apenas uma analgesia, que é uma dose bem menor de medicamento. Mas a analgesia não é suficiente para costurar o períneo, por exemplo, aí, se a sutura for necessária, teremos de acrescentar uma anestesia local.
Outro papel fundamental na equipe tem o pediatra. Por isso os obstetras preferem trabalhar com médicos que consideram da equipe, profissionais recomendados por eles com quem estão acostumados a “fazer sala de parto” (jargão médico). Tanto na lista da minha antiga como da minha atual obstetra, constavam dois nomes que eu elegi como minhas primeiras opções. O primeiro, que já é meu conhecido e de quem ouvi muitos elogios, é o dr. Ricardo Ledo Chaves, pai de um coleguinha de turma do Felipe. Com o segundo me encontrei na semana passada, o neonatologista José Roberto Ramos.
Agendei uma consulta e ele também achou o meu movimento ótimo, pelos mesmos argumentos acima. O papo foi descontraído e pude trocar ideias sobre coleta de célula-tronco, conceitos de humanização, como deixar o bebê o maior tempo possível no colo da mãe, as vantagens da manutenção do vernix, que ele me explicou ser uma prática que passou a ser amplamente adotada há cerca de três anos.
Falamos até da alta precoce da Kate Middleton e da importância de um bebê ser assistido por uma equipe médica nas primeiras 48 horas de vida. Ele valorizou o trabalho das consultoras de amamentação e ficou surpreso ao saber que com o Felipe consegui amamentar plenamente, mesmo tendo um começo conturbado, com ele internado na UTI.
Fiquei um pouco tensa com a informação de que tanto ele quanto o Bazzanella moram na Barra da Tijuca. Mas os dois argumentaram que durante o dia passam a maior parte do tempo na Zona Sul e que de noite e de madrugada, como não tem trânsito, eles podem atender rapidamente qualquer emergência.
De qualquer forma, a dra. Isabella me pediu que, dado o meu histórico de ter parido o Felipe rápido, não desse agora uma de durona. E que eu vá informando a ela qualquer alteração para que a gente possa planejar melhor e ir pro hospital sem susto. Mas um certo susto já levei hoje, quando ela disse que é bem possível que o Lucas nasça até o fim da semana!