A essa altura do campeonato, estou sentindo na pele, ou melhor, na pança, a lei de Newton segundo a qual dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, sendo eles o Lucas e a feijoada que almocei mais cedo, no Rubaiyat. A ideia inicial era dividir apenas uma carne com o Joaquim, mas, ao me deparar com aquele inesperado bufê de feijão, couve, farofa, carne seca, bananinha frita, lombo, laranja e outras delícias, mudei os planos. Só dispensei o torresminho e o bacon, que isso seria demais… Já o resto, comi com tanta, mas tanta vontade…
Agora tô aqui, sentada na minha cama, implorando para que a digestão termine. De lá passei rapidamente em casa, troquei de roupa e fui para o evento de apresentação do Vittorio, bebê da minha querida amiga Alessandra Suaid Schoenborn, que é carioca mas mora em São Paulo há muitos anos. Quase passei pelo constrangimento de dormir sentada no sofá. Tenho dormido tão mal à noite que tem sido cada vez mais comum ter esses apagões durante o dia!
Juntei força na peruca para ir a uma festa, da Stella Lutterbach, amiga dos meus pais, que virou minha grande amiga também, e de quem aluguei meu primeiro apartamento, por quase seis anos. A vida naquela coberturinha, num prédio antigo da Gávea, era tão mais simples… Foi numa das dezenas de festas que rolavam por lá que dei o primeiro beijo no Joaquim, que se mostrou disposto a esperar o salão esvaziar, kkk
Nós começamos a vida juntos debaixo daquele teto. Dividíamos um banheiro com uma pia redonda e pequena como a de um lavabo, tínhamos empregada apenas uma vez por semana, encontrávamos espaço no mesmo armário para todas as nossas roupas, tomávamos banho de mangueira na varanda nos dias de sol forte e ainda dormíamos sob as estrelas (eu colei no teto do meu quarto dezenas daquelas estrelinhas que brilham no escuro).
A festa é de dança e não pude deixar de me lembrar do casamento da Mariana Salim com o Rafa, em 2011, quando, na gravidez do Felipe, eu estava com as exatas 38 semanas de hoje. Fiquei tão feliz por ele ter esperado e me permitido ir à celebração da minha grande amiga, que dancei mais do que devia. O Joaquim ficava preocupado e me mandava sentar a cada cinco minutos. Quando não era um convidado me apontando uma cadeira.
O modelito de lá era um animal print, assim como o de hoje. Mas as semelhanças acabam por aí. Estou chocada comigo mesma ao ver como fiquei inchada na primeira gravidez e como estou bem melhor nesta segunda. Não quero ficar “fishing for compliments”, cavando elogios, mas achei interessante comparar as fotos que tirei agora, saindo de casa, com a daquele dia. Amanhã eu conto se precisei descer do salto…