Medo de levar bronca da babá

Seguindo o embalo do tema “babás”, vou aproveitar pra falar sobre o medo que tenho do reencontro semanal com a Cris, cuidadora do Felipe, nas segundas-feiras pela manhã. Ela sempre avalia seu estado geral e descobre uma mordida de mosquito, uma esfolada no joelho ou outra escoriação, senão a minha confissão de que ele pulou uma refeição e dormiu tendo jantado apenas uma mamadeira (o que acontece, invariavelmente, quando ele está morrendo de sono e eu muito cansada para duelar por causa de um prato de comida).

Neste último fim de semana que passamos no interior de São Paulo, então, tendo ele ficado sem banho de sexta a domingo, cheguei ao pior nível de julgamento por parte dela. Não me levem a mal, meu filho toma dois banhos por dia e é considerado um dos alunos mais cheirosos da escola. O que aconteceu foi que no sábado ele passou um dia tão divertido que caiu duro, exausto, sentado no meu colo durante uma partida de baralho. Os outros três integrantes da mesa foram unânimes de que seria maldade acordar a criança para dar banho. E que o melhor a fazer era colocá-lo direto na cama. Dito e feito, e esta foi a melhor noite de sono dos últimos tempos para o Felipe, que apagou por 13 horas seguidas.

Ana Cristina, a Cris, está conosco desde que o Felipe tinha um mês de vida, e é louca por ele, por isso trabalha como um leão de chácara. Morre de ciúmes e o protege como pode. De tudo e de todos. Volta e meia tenho de ouvir reclamações de que algum parente que não está dando a merecida atenção ou elogios exacerbados de algum feito do nosso pequeno sobressaindo em relação a outros amiguinhos da mesma idade.

O ponto a que quero chegar, fazendo um alerta, é que, estatisticamente, os piores acidentes domésticos com crianças acontecem sob a supervisão dos pais, que se acham onipotentes e relaxam, acreditando ter controle total sobre as situações. Quem já não foi responsável por um machucado do filho? Enquanto nossa atenção está na casa, no cônjuge ou no trabalho, a babá só tem uma obrigação: focar na criança. Por isso considero tão importante encontrar alguém em quem você confie e a quem possa entregar a criança de olhos fechados.

 

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