Estou fazendo tanto esforço para ir à hidroginástica e ao pilates que, ontem, quando me dei conta de que não tinha ninguém pra ficar com o meu filho no horário da hidro (eu havia liberado a babá até o dia seguinte para que ela pudesse resolver um assunto pessoal e o pai dele ainda não chegara do trabalho), não pensei duas vezes. Virei pro Felipe e avisei que ele ia ver a mamãe fazer uma aula dentro d’água. Lá fomos nós.

Carreguei comigo o iPad com muitos filminhos de munição e apresentei-o para a professora Dani e as outras grávidas da Bella Gestante. Sentei-o numa cadeira em frente à piscina e expliquei que ele teria de se comportar e esperar. Comecei as atividades preparada para ter de interromper a qualquer minuto. Ele, felizmente, me surpreendeu. Não só ficou quietinho, como ainda brincou bastante no final com uma das funcionárias que cedeu a seus encantos.

Saí de lá gratificada, com a sensação de que nem sempre precisamos renunciar às nossas vontades. É possível conciliar maternidade e interesses pessoais. Me lembrei da minha infância, quando minha mãe me levava junto pro salão de beleza e pro shopping, e eu via que nem tudo era em função de mim. E lembrei também que não me importava qual fosse a tarefa, a maior alegria era estar na companhia dela. Quando saio com ele de carrinho pelo bairro, também aproveito para resolver várias pendências de casa, como passar no supermercado ou no banco. Sei que ele está se distraindo com alguma coisa na rua e não me sinto culpada.

Tenho procurado levar o Felipe a restaurantes ao menos uma vez por mês, para poder educá-lo e criar o hábito. No começo era uma gincana: rezava para que o prato fosse servido logo, comia engolindo quase sem mastigar, pulava a sobremesa, apelava para desenhos no iPhone e lápis de cor no bloquinho e rezava para que ele não desse defeito, não me constrangesse em público. Hoje consigo conversar com o meu marido durante a refeição, pois ele fica mais tempo entretido e se diverte com palitos ou qualquer outra bobagem. O prazo de validade é de cerca de uma hora, mais do que isso corremos o risco de ele querer sair da cadeira, mas já posso dizer que não é mais uma forçada de barra, e sim um feliz programa em família.