Todo ano meu marido arruma um caso que geralmente dura de setembro a fevereiro. Já aprendi a conviver com o distanciamento que essa outra relação traz pra dentro da nossa casa. Eles costumam se encontrar nas noites de quinta, domingo e segunda. Sei que enquanto escrevo este texto eles estão juntos. Até consigo atenção quando marco algum programa, mas aprendi a aceitar que não sou prioridade. Então aproveito o meu tempo livre fazendo outras coisas… Em 2015, o fim da traição já tem data marcada pra acabar: dia 1º de fevereiro.

A amante em questão se chama NFL (National Football League). Anualmente ela oferece uma festa de despedida triunfal que é chamada de Super Bowl, mas ele nunca foi convidado. Tento entender o porquê dessa atração, como funcionam as regras desse jogo, só que meu interesse acaba no primeiro touchdown.

Preservar o romance na vida de um casal durante a gravidez é uma tarefa difícil. Na segunda gestação então, o desafio é dobrado. O filho mais velho tem o dom de aparecer ou acordar quando o clima está esquentando. Quando o Joaquim está ligado em mim (e não na NFL), a nossa programação costuma ser caseira. Com o advento da Netflix e a boa vontade do tio Paulo Cesar Jordão, que nos repassa (já com legenda) algumas das melhores séries de TV em cartaz, viramos um casal preguiçoso.

Faz tempo que não vamos ao cinema. E se a ideia é jantar fora, a preferência é para que seja no nosso quarteirão, que, por sorte, virou polo gastronômico. O nosso programa mais cotado ultimamente tem sido preparar alguma comida gostosa e, na sequência, assistir a um episódio ou dois do seriado do momento. Com Breaking Bad e Homeland a coisa ficou um pouco doentia e chegávamos a emburacar cinco episódios direto, mesmo tendo de trabalhar no dia seguinte. Às vezes me questiono se essa é a rotina que eu imaginei pra mim e rapidamente vem a resposta: sou muito feliz assim!

Tem mais alguma mulher traída pelo futebol americano? Ou que curte assistir e encara esse ménage à trois? Ou que também é viciada no combo seriado + cama?