O início de uma bela amizade

Vocês conhecem o NaToca Design? O portal criado há quase um ano pelas jornalistas Simone Raitzik e Isabela Caban já virou referência para quem busca inspiração para decorar quartos e ambientes infantis.

O antigo quartinho do Felipe já tinha sido publicado no site (http://natocadesign.com.br/antonia-e-felipe/) e, com a reforma para receber o Lucas, combinamos que faria sentido mostrar a nova decoração.

Aproveitei essa primeira semana em casa – que apesar de ser a mais difícil em termos de adaptação à nova rotina, é a mais calma em número de visitas – para receber na última quinta-feira Isabela e a Paula Giolito, da Raízes Fotografia, que estiveram aqui para conhecer o meu novo mascote e clicar o quarto dos irmãos. Confiram o registro no link http://natocadesign.com.br/so-para-meninos/

Durante o nosso encontro rolou muito bate papo e a ideia de pedir para a jornalista Isabela um texto que apresentasse às mães leitoras do Projeto Cegonha um ponto de vista interessante sobre esse universo que ela domina tanto. O tema fluiu naturalmente: as vantagens na opção que nós duas fizemos de colocar os irmãos dividindo o mesmo quarto.

Preciso apenas esclarecer que por ora o Lucas está dormindo de dia no novo quarto e, de noite, num mini-bercinho do lado da minha cama. Ainda fico insegura de deixá-lo afastado madrugada adentro, sem falar na praticidade que é poder esticar o braço e fazer um carinho, pegar pra amamentar. E acredito que pra ele, ao menos nesse iniciozinho de vida pós-uterina, também é confortante ouvir nossa respiração e ser atendido tão prontamente. Nós dois certamente estamos dormindo melhor com esse arranjo. Já o pai não pode dizer o mesmo… kkk.

Por Isabela Caban:

“Durante a sessão de fotos do quarto do Felipe e do Lucas para o NaToca, eu e Antonia conversamos um bocado sobre os ambientes compartilhados por irmãos. Muitas vezes, na intenção de oferecer o melhor para seus filhos, as mães acabam decidindo por cada um ter seu quarto desde o início, mesmo quando o ônus é se apertar na casa e abrir mão de um cômodo que pode ser importante para a família (como um home office). Meus filhos dividem o mesmo quarto, não por opção, é verdade – o apartamento conta com dois quartos. Mas na balança das vantagens e desvantagens, a primeira ganha com folga. E estou falando de um casal – ele tem 9 anos e ela, 5.

Aprender a dividir o espaço, o guarda-roupa, a bancada de estudos, os brinquedos; a respeitar as diferenças, gostos e humores do outro, negociar, ceder… São algumas das lições que vão acontecendo natural e automaticamente, tornando eles, talvez, menos possessivos. E o mais lindo são as noites de “família margarina”, quando entro no quarto antes de ir para a cama, e vejo os dois dormindo de mãos dadas. De aquecer o coração. A hora de dormir, aliás, é quando fica claro como eles curtem a companhia um do outro, no bate-papo de luz apagada, um aconchego só. E como se sentem seguros! Não sei por quanto tempo eles continuarão no mesmo quarto, o menino está chegando à pré-adolescência (força pra mim!!), temos planos de mudar. Mas, sem dúvida, eles terão histórias para lembrar e contar dessa época.

Quanto ao espaço e à decoração, o tema que move o NaToca, as regras são claras: agradar os dois é o objetivo maior. Seja cada um com um canto personalizado, seja um ambiente mais neutro, deixando para os acessórios as identidades distintas. Na minha casa, eu fiquei com a segunda opção. A base é toda branca e as cores que aparecem são o amarelo ovo da cômoda e o verde menta do armário. A bicama traz uma colcha neutra, branca com pintas de dálmata. Há um adesivo preto de pássaros na parede, baldinhos fixados para ajudar a organizar pequenas coisas e um avião de madeira com detalhes em vermelho pendurado no teto (detalhe: a aviadora é uma menina. Trouxemos de uma viagem a Praga). Na estante, uma prateleira expõe bonecas enquanto outra, legos de nave espacial e carro de bombeiro. O resto dos brinquedos fica mais escondido no próprio quarto e na sala.

Antonia também partiu para um recurso clássico e infalível: mostrar ao primogênito o que ele pode ganhar com a chegada do irmão, de forma natural, sem tratar como uma compensação. Em poucos minutos, deu para ver como Felipe está feliz com seu beliche, se sentindo um menino maior, capaz já de aventuras “perigosas”, como subir e descer freneticamente a escadinha que liga as camas. A impressão que ficou é que os dois terão longos anos de cumplicidade naqueles 10m2, com brigas (claro!), mas muito aprendizado e amizade. Boa sorte, Antonia!”

 

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