Hoje me senti exorcisando tudo de ruim que passei nos últimos dez dias. Minha irmã telefonou cedo sugerindo que fossemos à praia. A minha primeira reação foi dizer não porque pegar sol nas minhas remanescentes feridas pode deixar a pele manchada. Mas depois que desliguei, pensei bem e achei que esse sol de outono debaixo de uma barraca não faria tão mal. E um mergulho no mar poderia ser libertador.
Ficamos em frente ao posto 8, o mar estava muito revolto, mas deu pra dar lavar a alma. De lá caminhamos até a Visconde de Pirajá na altura da Vinicius de Moraes, com o Felipe e nossos respectivos maridos para experimentar o sanduíche da Espírito de Porco. Porchetteria, que tem como sócio meu querido amigo Ragi Achcar, que montou uma barraquinha hoje em frente a delicatessem Empório Grão e Cia para oferecer a iguaria que vem fazendo sucesso nas feiras do Planetário e em outros eventos descolados da cidade. Delicioso, farto, honesto, diga-se de passagem. Adorei conhecer.
Voltamos caminhando até a casa da minha avó no Arpoador, onde havíamos deixado o carro e retornamos pra nossa casa. Uma chuveirada rápida e rua outra vez, agora sozinha com o Felipe, rumo ao aniversário/chá de fraldas da minha mais nova amiga e companheira de Pilates na Bella Gestante Camila Badaró e, na sequência, festinha de aniversário do Arthur, amigo da turma do meu pimpolho. Cheguei em casa há pouco, cansada, mas não exaurida.
Quis contar das minhas andanças porque estou surpresa com o meu pique entrando na 37ª semana. Muito diferente da primeira gravidez, quando, nessa altura do campeonato, calçava sapatos um número e meio acima, vivia com o pé inchado (vejam a foto que encontrei no meu arquivo), dores constantes na lombar, andava com as pernas abertas tipo relógio marcando dez para as duas para não ralar a coxa e pegava taxi para economizar andar dois quarteirões. O Joaquim inclusive postou hoje essa minha foto de biquini no instagram sem me perguntar. Sinal de que não deve estar achando minha aparência de todo mal (tirando o umbigo saltando pra fora, que ele não para de gozar)…
Venho mantendo o mesmo peso desde que descobri a diabetes gestacional há dois meses e meio. Não é fácil administrar, passo por momentos muito difíceis, mas tem um lado positivo dessa história que é de não ter engordado muito (7kg apenas versus 20kg em 2011); estar fazendo uma dieta que praticamente eliminou a azia que me perseguia; e sentir que estou ingerindo coisas mais saudáveis para o meu bebê. Tenho prazer em escolher uma roupa pra sair, vontade de me maquiar, não me sinto de “autos” como da primeira vez, quase que “de licença para embarangar”.
Sempre briguei com a balança e se não fosse por um motivo sério de saúde provavelmente não teria conseguido manter a linha, pois pra mim, comer é um enorme prazer e guloseimas são o melhor antídoto para angústia e ansiedade. O conselho que gostaria de dar é difícil de seguir diante de tanta alteração hormonal, mas… quem tiver condição emocional de controlar a dieta e praticar atividades físicas vai colher os frutos depois, principalmente na fase que já por natureza é tão difícil: a reta final.