Com que roupa eu vou?

Acho que um pesadelo para toda gestante é ter de encarar um evento social importante, como o casamento de algum amigo querido, no último trimestre de gravidez. Durante a gravidez do Felipe, precisei ir a uns quatro enlaces nesse período e foi um deus nos acuda conseguir encontrar vestidos apropriados. Recorri ao closet de várias amigas e comprei apenas um modelito, pois me recusava a gastar dinheiro com uma roupa que seria usada uma vez na vida.

Posso dividir a minha experiência em três momentos distintos. Aos cinco meses de gravidez fui madrinha de casamento da Alessandra Suaid e do Franz Schoenborn. Já tinha uma barriga saliente, mas não o bastante para que as pessoas tivessem certeza da gestação. Utilizei as habilidades adquiridas no curso de teatro do Tablado para explorar diversas expressões corporais. Andava com a mão no ventre, em ritmo mais vagaroso, levemente curvada, e arrematava o personagem com um olhar sereno. Funcionou bem, quase todos os meus conhecidos vieram perguntar se eu estava grávida. Mas foi inevitável que uma meia dúzia tenha saído da festa me achando apenas “gorda”.

A segunda cerimônia foi o casamento dos amigos Pedro Rudge e Luiza Rezende. Aí estava grávida de sete meses. Dei sorte de o evento cair em setembro, mês auge da minha “beleza” gestacional (dali em diante foi ladeira abaixo). Uma barriga redondinha, disposição física e brilho no olhar sem precisar fazer esforço pra isso.

O terceiro evento foi o casamento da Mariana Salim, uma das minhas melhores amigas, com o Rafael Arraes. Nesse quase não consegui comparecer. Foi precisamente uma semana antes do parto. Pedia muito que o Felipe esperasse para que eu tivesse a alegria de participar dessa união. E ele atendeu. Meu rosto estava deformado, o pé inchado a ponto de ter de pedir emprestado um sapato dois números acima e a barriga, obscena. A festa inteira me queria sentada, e não havia quem não me apontasse uma cadeira ao me ver de pé. Mesmo assim, desafiei a gravidade e caí na pista de dança várias vezes. Se o meu filho nascesse naquela noite eu já estava no lucro…

Se ser uma convidada grávida já é um perrengue, imagine ser a noiva barriguda? Tô querendo saber de histórias tragicômicas para escrever sobre o assunto. Quem passou por isso e topa compartilhar, aqui ou no meu inbox, o grande desafio que foi organizar um casamento na contagem regressiva?

 

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