Oleosidade e acne no bebê

Ontem, na ultrassonografia, vi uns riscos perto da testa que a médica me garantiu ser um chumaço de cabelo. Não me surpreende que um filho meu e do Joaquim seja cabeludo, mas conseguir ver na ultra um topete achei um pouco demais. O que será que vem por aí?

Fiquei me lembrando de como o Felipe nasceu peludo. Agradeci muito por não ser uma menina quando inspecionei suas costas pela primeira vez. Parecia um filhote de lobisomem, rsrs. Gostaria de deixar bem claro que a escolha da madrinha Roberta Bibas foi feita ainda com ele na barriga, e o fato de ela ser dermatologista não foi uma jogada planejada para obter subsídio no laser de remoção de pelos…

Não sei se pelo volume da cabeleira ou por uma questão da oleosidade da pele, o Felipe também tinha outra coisa que me incomodava demais. Saía do banho com o cabelo perfeito e algumas horas depois parecia um boi lambeu, com os fios megaensebados. Evitava ao máximo passar a minha mão para não deixar o cabelo mais melado, mas não parecia ser um fator externo. E nem culpa do xampu, cheiroso, porém fraquinho.

Tinha até vergonha das visitas, que poderiam pensar que eu não estava higienizando bem a criança. Em várias ocasiões dei uma lavada rápida de pia.

Pedi hoje explicações ao meu pediatra, dr. Fernando Majzels, e ele disse o seguinte: “Na verdade, os recém-nascidos têm uma oleosidade aumentada no couro cabeludo que se dá principalmente por hormônios maternos que ainda circulam no bebê. Os hormônios circulantes também são a causa de uma das queixas mais comuns em recém-nascido, as famosas ‘bolinhas’ no rosto, que podem ser uma simples miliaria cristalina (superficial) ou o surgimento da acne – vulgarmente conhecida como espinha. O ‘culpado’ costuma ser o pai e a sua barba, mas isso é um equívoco. A utilização de sabonetes neutros é fundamental para o equilíbrio da oleosidade, não aumentando assim os sintomas. E devem-se evitar condicionadores, que pioram os efeitos da oleosidade. Com cerca de três meses de vida essa questão costuma ser regulada”.

Felizmente, os pelos indesejáveis caíram logo após os primeiros meses e o Felipe passou a ter uma penugem linda cobrindo seu corpinho fofo. O cabelo também caiu todo, ficou bem ralinho e ele viveu uma fase quase “careca”. O dr. Fernando complementou: “Justamente pela alteração hormonal. Apesar de ainda circularem, os níveis de hormônios da gestação caem bastante e de forma abrupta, gerando a queda de cabelo, que pode ocorrer até os seis meses de vida”.

Com ou sem espinhas e pelos, gostaria que o Lucas fosse fisicamente um pouco mais parecido com o pai do que é o Felipe, que, apesar de eu achar que tem muitos traços do Joaquim, a maioria das pessoas afirma ser a minha cara. “Mãe é fato, pai é fé”, brinca o maridão. Conheci outro dia os filhos de uns amigos que são literalmente dois exemplares distintos, fabricados com diferentes peças, cada um puxando a uma das matrizes, a ponto de a cor de cabelo de um ser bem clara e a do outro mais preta. A genética é mesmo fascinante…

 

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