Mudança de rumo e música tema para o Lucas

Percebendo minha inquietação e meus crescentes questionamentos sobre o parto, minha obstetra, dra. Juraci Ghiaroni, me incentivou a procurar outro profissional. Buscar o que acredito ser melhor para mim neste momento. Nosso conhecimento de muitos anos e a admiração e o respeito que tenho por ela como profissional tornavam a decisão bastante difícil. Mas ela já vinha tentando me mostrar, de diversas formas, que aceitaria tranquilamente minha opção por outro médico. Sem ressentimentos. Parece loucura trocar de piloto tão perto do momento do pouso, porém foi exatamente o que fiz nos últimos dias.

Agendei uma consulta com a ginecologista e obstetra dra. Isabella Tartari Proença, que vem a ser dona do Espaço Bella Gestante, minha segunda casa durante a gravidez, local que frequento diariamente, alternando aulas de pilates, hidroginástica e drenagem linfática. Tinha ótimas referências de duas grandes amigas que tiveram recentemente seus filhos com ela, além de já termos nos encontrado algumas vezes no Bella.

Isabella é especializada em Gestação de Alto Risco e defensora do Parto Humanizado, que corresponde ao parto realizado com menor agressão possível à mãe e ao bebê. Senti firmeza e segurança em tudo que conversamos. Ela me passa ser uma médica consciente dos riscos, que prioriza o parto normal, mas não leva a situação ao limite, como colocar o bebê em sofrimento ou a mãe em risco. Confesso que, apesar de estar curiosa e interessada em alguns preceitos do parto humanizado, tenho medo dos obstetras muito radicais, que defendem o parto normal com unhas e dentes, pois, para eles, recorrer a uma cesariana é contabilizar um insucesso. E, quando chega ao ponto de darem o braço a torcer, pode ser tarde demais…

Sobre as minhas principais considerações, ela me examinou e achou bem possível não precisar de episiotomia, mas defendeu a analgesia no lugar da anestesia. Não vê sentido em deixar uma grávida histérica urrando de dor. A analgesia é uma dose moderada de anestésico que ajuda a diminuir a dor, mas não chega a paralisar os músculos.

Uma das coisas que a Isabella me contou que costuma fazer em seus partos é criar um ambiente acolhedor, com luz menos intensa e música suave, para trazer serenidade e tranquilidade aos futuros papais. Já comecei a pensar na minha playlist, que vai ter de “Beautiful Boy”, do John Lennon, a “Boas-Vindas”, do Caetano Veloso. Mas, na hora H, só quero escutar uma canção: o presente mais emocionante que recebi para o Lucas, uma música que a minha querida tia Tatiana Mindlin, única irmã da minha mãe, e que mora nos EUA há 30 anos, compôs com filho músico, Amerigo Gazaway, e nos mandou no início da semana por e-mail.

A foto que vocês estão, tirada pela Carol Chediak, eu usei pra acompanhar música. Ainda esta semana prometo compartilhar outros registros desse inesquecível ensaio fotográfico…

 

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